Pegue um cafezinho e fique à vontade

"Você acaba de entrar no meu blog, então, pegue uma xícara de café e fique à vontade pra rir das minhas loucuras e até dar palpite sobre elas. Afinal, não sou a dona da razão completa, apenas dona da minha razão absoluta. E tudo o que vier, será pra me ajudar"
"Há dois anos quando comecei o blog, a intenção era de criar um blog de emagrecimento. Com o tempo, descobri que melhor que emagrecer é poder desabafar. Então, continuando como diário e funcionando como psicanalista. A melhor maneira de viver bem é compartilhar seus medos, seus anseios, sua vida. Prefiro postar para desconhecidos e amigos, do que para conhecidos que se dizem amigos e que agem como inimigos";

quarta-feira, 24 de março de 2010

Decifrande amizade - Parte XV - Afastamento ou melindre?


Após o acontecido do centro espírita, da viagem e do meu aniversário, eu não tinha mais vontade de ver Alice.

Estava magoada com a situação e comecei, então, a enxergar tudo o que antes eu ‘deixava pra lá’.

As tardes de domingo para ir ao curso começaram a ser penosas, pois ficava um silêncio absurdo dentro do carro.

Numa dessas idas ao curso, eu perguntei como estavam às coisas, ela falou sobre a amiga sonolenta, a Paula: “Fomos ao cinema e eu mandei torpedo chamando a Paula, mas ela não respondeu. Aí, fomos. Ué, se uma pessoa não responde é porque não quer saber”.

E continuou:

“Aí, mais tarde ela mandou um torpedo, chateada por não ter ido e não ter visto o torpedo”.

Eu: “Ah, vai ver que não viu mesmo. Porque eu mesma sou muito desligada para celular”.

Ela: “Ah, mas ela ficou chateada. E depois ainda ficou sabendo que nos reunimos na casa da Rose para ouvir discos antigos e beber... e ela não foi. Ai, agora ela mal fala comigo. Sei lá se ficou com raiva. Ahh, to cansada, quer ser melindrosa, que seja, mas que fique com seu melindre pra lá. Não dá pra avisar de tudo”.


Nessa hora, eu ouvia calada, e veio um insight na minha mente:

Imaginei Paula sentada no lugar do carona (onde eu estava) e ela falando mal de mim, da mesma forma. Me senti muito mal em imaginar a situação, e sinceramente, ter quase certeza que isso acontecia.

Fomos ao curso, e na hora de voltar pra casa, ela dava carona para um casal de amigos. No percurso de volta, falávamos sobre ajudar as pessoas, retribuir afeto etc. Simplesmente, Alice bateu a mão no volante e disse em alto e bom som: “To cansada de ser boazinha. To cansada de ajudar todo mundo e só me ferrar. Quer saber? Eu ajudo as pessoas sim, mas espero retorno!!! Espero mesmo. To de saco cheio de tudo a Alice faz e pra mim, nada. Quero retorno sim”.

Galera, eu gelei.

A carapuça era pra mim? Putz, não sei, mas me serviu. E pensei: “Ai meu Deus, como é que vou retribuir pra ela o que fez por mim?” Senti um suor gelado no corpo todo e fiquei quieta, o que eu iria falar.


Depois de tudo isso e dessas palavras, minha decisão: Vou me afastar, pois não tenho como retribuir. Não sei como retribuir ou como ela espera retribuição. Melhor evitar qualquer coisa que faça por mim, para que eu não tenha o DEVER de retribuição.

Claro que fiquei indignada ao ouvir que ela esperava retribuição, porque até então, eu imaginava que ela fazia tudo de boa vontade e de coração. Pena que esqueci que de boa vontade o inferno ta cheio.

Enfim, daí pra frente, nos falávamos pouco e o essencial. Afinal, eu tinha ficado desempregada e não fazia mais parte da turma. Vai ver que ela pensou que teria que pagar pra mim, sei lá. Realmente, me senti excluída, rejeitada, por isso resolvi me afastar.


Brid/ Vitória


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Pára o carro que ela vai a pé