Pegue um cafezinho e fique à vontade

"Você acaba de entrar no meu blog, então, pegue uma xícara de café e fique à vontade pra rir das minhas loucuras e até dar palpite sobre elas. Afinal, não sou a dona da razão completa, apenas dona da minha razão absoluta. E tudo o que vier, será pra me ajudar"
"Há dois anos quando comecei o blog, a intenção era de criar um blog de emagrecimento. Com o tempo, descobri que melhor que emagrecer é poder desabafar. Então, continuando como diário e funcionando como psicanalista. A melhor maneira de viver bem é compartilhar seus medos, seus anseios, sua vida. Prefiro postar para desconhecidos e amigos, do que para conhecidos que se dizem amigos e que agem como inimigos";

terça-feira, 20 de abril de 2010

Decifrando amizade – Parte XVIII – Deus por perto. Um sonho... Uma mensagem...




Após todos os acontecimentos, dos e-mails e tudo, a amizade virou lenda.

No domingo seguinte aos e-mails, pensei que ela iria embora na boa e só. Doce engano o meu.

Esperei todos saírem, pois aguardava a companhia de algumas amigas para ir comigo até o ponto de ônibus (lembrando que o lugar é perigoso).


Quando desço as escadas do centro, eis que ela está no portão me esperando e diz: Você vai comigo Vitória?


Eu tremia de raiva, mas friamente balancei a cabeça negativamente sem olhar pra ela.
Pensei:
“Que absurdo!”
Quando balancei a cabeça negativamente, ela disse: Você vai de ônibus, sozinha?
Eu balancei a cabeça afirmativamente e disse: Vou.

As pessoas que estavam por perto não entenderam nada.
Ela foi pro carro do namorado e eu subi a rua com Tereza e Marcela.

Tereza já sabia da história e me segurava no braço... Marcela não entendia nada.
E eu não agüentei:
“É muita cara de pau mesmo. Como pode ter coragem de perguntar com ela depois de tudo o que aconteceu? Ahhh, meu Deus, se ela soubesse o que eu penso. Prefiro ir a pé, de ônibus porque o motorista não vai me mandar descer e ir a pé!!!! Eu não agüento, eu não agüento!!!"

Tereza falava para eu me acalmar e Marcela perguntava o que tinha acontecido.
Falei:
Má, simplesmente ela me mandou descer do carro na semana passada, naquele frio, naquela garoa. Estou muito magoada com isso. Eu não fiz nada de errado para ela me tratar assim".
Marcela ficou com cara de boba não acreditando que a doce Alice que todos admiram tinha feito algo assim comigo, que era tão amiga dela.
Enfim, os vinte minutos que eu levaria de carro, tornaram-se 2 horas de ônibus no domingo.


Passado tudo isso, cumprimentávamos com um sonoro ‘oi’ e mais nada. Às vezes, quando ela saía abraçando todo mundo e eu tava por perto, ela me abraçava também e perguntava mecanicamente se estava tudo bem comigo. Eu respondia que sim.

Após dois meses, fui viajar, já que estava desempregada. E só falei para a professora, pra Tereza e pra Marcela. Eu nem falaria para as duas, mas falei, pois são grandes amigas e ficariam preocupadas com a minha ausência.
Peguei o avião e fui embora. Pensando e pedindo a Deus que esse tempo fosse para o meu bem, e para que as coisas acalmassem.
Na viagem, conheci muita gente humilde e suuuuper do bem, nunca fui tão paparicada na minha vida.

Engordei cerca de 7 a 10 kgs e peguei um lindo bronze.
Nem me incomodei com o fato de ter engordado... essa minha luta com a balança será eterna mesmo.

Em uma dessas noites longe de tudo e todos, eis que sonho com Alice. Acordei reclamando com Deus, falando: Que porcaria, até aqui eu tenho que sonhar com essa menina!!!

Deus pra mim, é um amigo, alguém com quem tenho afinidade, que não temo, respeito, amo, mas trato como um amigo querido, um pai que amo e tenho infinita amizade. Por isso, falo assim com ele. Converso bastante.
Mas, como tudo o que Ele faz é perfeito, eis o sonho... um sonho estranho, não tenho muito o que falar, pois estava ‘quebrado’, não me recordava de muita coisa, mas vocês vão entender depois.

Estávamos Alice e eu dentro de um quarto que tinha uma cama. Alice sentava nos ‘pés’ da cama... e eu na cabeceira. Não falávamos nada. Estávamos em silêncio, meio que emburradas. Com uma feição pesada, ela mais que eu. Eu olhava pra ela, mas ela não olhava pra mim. Estava sentada e quieta. De repente aparece um rapaz branco com os cabelos em tom loiro e para em frente a ela. Ela não faz nenhuma reação, parece não o ver. Ele olha com carinho pra ela e estende a não direita sobre sua cabeça e fica assim por alguns segundos. (É como receber um passe). Depois, ele abaixa o braço, olha pra ela com carinho, se vira e vai embora. (E eu sentada vendo tudo). Antes de ele ir embora, ele olhou pra mim e saiu.

Quando acordei e pensei no sonho, logo liguei a figura do loiro com o namorado dela. E fiquei reclamando por ter que sonhar com ela de tão longe.

Os dias passaram e voltei pra São Paulo, fiquei apenas um dia, e peguei um ônibus rumo ao sul do país. Peguei um bronze, depois fui esfriar a cabeça.
Nessa segunda viagem, nada me aconteceu referente a ela. Mas, numa noite de domingo ouvi algumas besteiras que me magoaram. Fui chorar embaixo do chuveiro, me arrumei e sai pela cidade sozinha.
Olhava para o céu totalmente estrelado e pedia a Deus um caminho, uma luz, uma calma pra minha alma. Respirava fundo, pensava na vida e como mesmo assim, as coisas estavam difíceis pra mim. Agradecia muito a Deus por ter Tereza e Marcela em minha vida. E pensava com carinho nelas, e inevitavelmente veio a imagem de Alice na mente. Não quis pensar nada negativo, mas perguntava pra Deus o porquê mesmo longe, ela não saía dos meus pensamentos.
Andei, andei como se fosse a última vez que estava naquele lugar, admirei cada casa, cada arvore no canteiro das ruas. Depois de algum tempo, voltei para casa que estava, peguei um livro e comecei a ler.
Depois de alguns dias, mais gorda, preta de tão bronzeada, arrumava minhas coisas pra voltar pra casa.

Quando voltei pra casa, recebi os torpedos de Tereza dizendo estar com saudades, que contava os dias pra me ver. Tereza é alguém que me emociona por tudo que é e por tudo o que faz. É uma menina linda, jeito de menina, num corpo de mulher aos doces 29 anos de vida.
Chegando em casa, resolvi ficar quieta por mais dois dias, então, resolvi ligar pra ela.

Conversamos durante horas. Matando a saudade e contando tudo o que vivi.

Tereza é uma pessoa extremamente discreta, não faz fofoca, é bem na dela mesmo. Só quando eu comentei que mesmo longe, Alice não saia da minha cabeça foi que ela disse:
“Vitória, minha irmã querida, tenho algo a lhe falar, mas peço de todo coração que você não comente que te falei uma palavra sequer”.
Eu:
“Ai, meu Deus o que foi?”
Ela:
“Minha linda, não foi por acaso que você sonhou com ela ou estava com ela em pensamento. Eu machuquei meu braço e disse que não iria a aula, pois não poderia pegar ônibus. A bichinha fez questão de vir aqui em casa me buscar. Dizendo que o carro não cansa. Eu disse que não precisava, mas ela fez questão. Então, marcamos dela me pegar às quatro horas da tarde. Quando era três e pouco, ela já estava aqui”.
Eu: hummm (escutando)
Ela: “Você conhece o jeito dela, perguntou se estava tudo bem, se eu estava com dores. Enfim, conversamos, falamos algumas besteiras, foi quando ela perguntou de você”.
Eu: "De mim?"
Ela: "É. De você. Eu disse que você estava muito bem, que estava viajando pra esfriar a cabeça. Ela disse que você merecia mesmo. E de repente, Vitória, essa menina caiu num choro, mas num choro tão intenso que eu não sabia o que fazer. Minha amiga que estava aqui ficou até sem jeito, pedi pra que ela pegasse um copo com água para que Alice se acalmasse".
Eu:
"Mas porque ela chorou?"
Ela:
"Por causa de você, minha amiga. Ela disse que te ama como uma irmã, que sabe que tem os defeitos dela, que às vezes ela pisa na bola, que pode ter te magoado, mas que a sua ausência na vida dela dói demais. Que ela não sabe o que fez, mas que sente demais a sua falta. A bichinha chorava de soluçar, Vitória. Era de cortar o coração, os olhos dela ficaram miudinhos.
Eu falei pra ela, que se ela sabe que as brincadeiras machucam, que ela pensasse um pouco. Que você também gosta muito dela, mas que você precisa de um tempo.
Amiga ela chorou copiosamente, um choro de dor mesmo. Quando ela dirigia, ela tremia. Eu vi a mão dela tremendo de tanto que isso a machucava. Então, minha amiga, pense no que você vai fazer. Ela gosta muito de você".

Eu: "E você sentiu sinceridade?"
Ela:
"Senti minha amiga. Só peço que você não fale sobre isso com ela, mas que pense no que vai fazer, ela te ama demais e sente sua falta".
Eu:
"Mas, Tereza. Se ela sente falta, porque fez tudo o que fez?"
Ela:
"Não sei. Vitória. Mas, senti que ela precisava desabafar e por isso, ela veio bem mais cedo do que tínhamos combinado. Vai ver que é por isso que você pensava nela. Vocês se gostam, só precisam resolver isso".




Dia de aula:
Todos me receberam com muito carinho, comentando o bronze e tal.. perguntando como foi a viagem, etc, etc.
Eis, que o momento fatídico aconteceria, eu cumprimentaria todo mundo e como não cumprimentar Alice? Não tinha como.
Tentei fugir, Tereza, me chamou e falou olhando no fundo dos meus olhos:
"Minha amiga, não faça isso, você não é assim, ela gosta de você. Você é tão boa, minha filha é tão generosa, não vai fazer isso com ela. Eu não acredito".
Eu olhei nos olhos de Tereza e perguntei: "
Tem certeza de que o que você me falou é verdade? Tem certeza que você sentiu sinceridade?"
Ela: "Tenho".

Então, no intervalo de uma aula pra outra, fui até Alice, que estava sentada tomando a coca-cola que tanto ama, e quieta. Parei na frente dela e disse:
Eu:
"Então, minha amiga, como você está? Tudo bem?"
Ela:
"Indo, e você tudo bem? Fiquei sabendo que viajou".
Eu: "É, viajei sim".
Ela: "Que bom. Você ficou sabendo do meu Tiago?"
Eu: "Tiago? Que Tiago? Filho da Verusca?"
Ela:
'é'
Eu: "Não, o que tem ele?"
Ela:
"Ele faleceu".
Eu:
"Como assim?"
Ela começou a chorar, sentei-me ao lado dela, segurando sua mão e ouvi:
"Ele estava andando de bicicleta, caiu, quebrou o pescoço e morreu. Minha tia está acabada, perdeu a mãe em fevereiro e agora o filho".
Eu:
"Nossa, eu não sabia, sinto muito".
Ela: "Eu tentei ligar na sua casa, mas ninguém atendeu. Sabe, está muito difícil pra mim. Minha avó morreu, meu primo morreu, meus amigos se afastaram de mim (e apertou a minha mão). Você e a Paulinha sumiram, estou sozinha, não tenho vontade de nada. Meu irmão está com problemas no casamento, minha irmã separou e minha mãe nem sabe e eu levando isso tudo sozinha. Estou cansada, sozinha. Não tenho vontade de fazer nada, só saio de casa pra trabalhar, porque não tenho vontade de nada. Só fico no meu quarto. Está sendo muito difícil, muito difícil mesmo".
Eu:
"Você não está sozinha, eu estou aqui, se você precisar conversar vai lá em casa, estou só com a minha mãe. Vai qualquer hora. Você sabe que pode contar comigo".
Ela: "Eu não tenho vontade de nada".
Eu: "Mas, vai lá em casa, me liga. Podemos conversar ta". ( a aula iria começar )
"Manda um beijo para sua tia e outro pra sua mãe, mas vai lá em casa".
Ela: "Ta bom".

Voltei pro meu lugar, mas ao começar a aula, perguntei pra Tereza se ela se incomodaria de eu sentar ao lado de Alice. Ela precisava de alguém ao lado. Tereza falou que não e achou melhor chamar Alice para sentar junto a nós, mas Alice não quis.

A aula passou.
Na hora de ir embora, nos abraçamos e desejamos uma boa semana.
Sinceramente?
Eu fiquei sem palavras, posso ter agido como uma boba e tal. Mas, a verdade é que conheço toda a família, tios, primos, conhecia a avó... então, por mais mágoa que eu tivesse, impossível ser indiferente nesse momento. Sei lá, não sei ser ruim e tão indiferente.

Voltei pra casa...
Quando cheguei em casa e fui fazer meu evangelho no lar... um lampejo!!!!!!!!!

O sonho!!!!!!! O sonho!!!!!

Fiquei mole, sentei na cama, estava boquiaberta com a situação. Precisava organizar meus pensamentos.
O sonho foi um sinal. No sonho não era o namorado dela, mas sim o primo antes de morrer ou depois que morreu, não sei, pois não liguei as datas. Mas, o primo dela, veio em sonho para mim, dizer que ela estava triste, por isso a cara fechada e a cabeça baixa... eu achando que estava emburrada. Ele veio em sonho dizer que ela estava triste, mas que a amava muito e que estava bem, por isso ele deu um passe nela.

Sem eu saber, fui usada como instrumento para dizer que ele estava bem e ser avisada que ele desencarnou.


Mas, como eu iria saber né?

Na semana seguinte, contei pra ela resumidamente, o que a emocionou muito.

Termino esse post longo, dizendo, Deus está sempre por perto e nada, nada é por acaso.


Até o próximo post.
Vitória/ Bridget

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