Pegue um cafezinho e fique à vontade

"Você acaba de entrar no meu blog, então, pegue uma xícara de café e fique à vontade pra rir das minhas loucuras e até dar palpite sobre elas. Afinal, não sou a dona da razão completa, apenas dona da minha razão absoluta. E tudo o que vier, será pra me ajudar"
"Há dois anos quando comecei o blog, a intenção era de criar um blog de emagrecimento. Com o tempo, descobri que melhor que emagrecer é poder desabafar. Então, continuando como diário e funcionando como psicanalista. A melhor maneira de viver bem é compartilhar seus medos, seus anseios, sua vida. Prefiro postar para desconhecidos e amigos, do que para conhecidos que se dizem amigos e que agem como inimigos";

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Decifrando amizade - Parte II - A primeira decepção




Consegui o dualid, consegui a fluoxetina e tomava... fechei a boca, tomava os chás, mas pelo amor de Deus, é claro que eu comia né. Não era tão besta de deixar de comer, desmaiar e parar num pronto socorro e tomar soro na veia... não adiantaria nada.
E com isso, muito esforço e noites chorando com a barriga gritando de fome, porque eu reduzi as besteiras e a comida louca durante a noite. Com todo esse esforço, consegui emagrecer um pouco. A luta não era fácil, mas eu persistia.

Depois do episódio em que ela disse que contaria tudo para a minha mãe, desisti de falar com ela sobre o assunto, nem falei que tinha conseguido Dualid, nem nada. Conversava sobre eliminação de peso somente com as meninas da net, do orkut, blogs, enfim... apoio de outras pessoas não existia.
As calças que ela me deu, finalmente entraram, embora apertadas, era algum sucesso. E não desanimei.
Continuamos a ir a seara (centro espírita) e ela se encantou com um rapaz que trabalhava lá. Vivia elogiando o jeito dele e de como ele falava sobre o evangelho. Eu achei bonitinho e tal, mas não fez com que meus olhos brilhassem de amores.
Comecei a perceber o interesse dela no tal rapaz de voz mansa e incrivelmente educado. Mas, não falei nada, só concordava que ele era uma pessoa agradável.
Fazíamos o seguinte percurso, casa – seara – casa. Conversávamos dentro do carro, ela nunca queria entrar na minha casa, dizia que se sentia mais à vontade pra falar dentro do carro e tinha vergonha dos meus pais. Eu aceitava numa boa.

E com o tempo e a carência, comecei a abrir meus sentimentos pra ela. Contei muita coisa da minha patética vida depressiva.
Muitas vezes, saíamos da seara e íamos ao supermercado fazer compras para a mãe dela. Como eu estava de carona não poderia dizer ‘eu não quero’.

Às vezes, eu sentia vergonha por não poder ajudar no álcool do carro. Algumas vezes dei dinheiro suficiente para ela ir trabalhar todos os dias de carro, porque o carro consumia pouco e álcool estava mais barato.
Eu não tinha como dar dinheiro toda hora, ajuntava moedas para poder comprar o Dualid e os chás.
Só para dar uma idéia, sem querer parecer coitadinha, mesmo porque essa não é uma característica minha e vou abrir um fato aqui: A moda, na época, era os bordados nas camisetas, como eu não podia comprar camisetas da moda, propus a minha mãe e minha cunhada para mudarmos as roupas. Com as moedas, fui até o bazar, comprei o que precisava e fui tentar customizar as peças. Cortei as mangas, coloquei elástico deixando acinturada e bordava coração, estrela, lua... enfim, tentava melhorar as minhas ‘super’ camisetas GG, por que tinha emagrecido um pouco e não tinha como renovar o guarda roupas. E eram com essas camisetas que eu ia pro seara.

Alice, falava que eu era toda perua, dá pra acreditar? Perua falida só se for, e ainda por cima depressiva. Ela falava isso, por que eu sempre ia maquiada. Pensem em uma pessoa há dois anos sem tomar sol, enfiada num quarto, sem cortar o cabelo... a bruxa amarela né? Sim, era eu. E eu sei que existe ‘saúde em pó’, nosso amado blush. Pois bem... bush, lápis e brilho labial eram os únicos itens de maquiagem que tinha e os usava.
Com o tempo, percebi que ela começou a se maquiar também. Oras, então, ao menos servi de bom exemplo.

Bom, depois de alguns meses consegui o que queria, a anfepramona. Sei que Dualid é cloridrato de anfepramona, mas só serviu para enganar meu cérebro e empacar meu intestino. Realmente, o que tinha me ajudado a perder alguns dos muitos quilos, foi fechar a boca e chorar. Foda-se se eu tinha que chorar por isso, o problema era meu, eu que tinha que tomar vergonha na cara e fechar a boca mesmo. Milagres? Só nascendo novamente. Só eu posso emagrecer por mim, ninguém mais.

Mas, voltando...
Consegui a anfepramona e a anta aqui de tão feliz, abriu a boca pra Alice. Resultado: depois dela me xingar de anorexica, falar que estava louca com essa fixação por emagrecer e literalmente me forçar a deletar o blog, me pediu metade do pote... e a anta aqui pagou pela receita (juntando moedas), pagou pelo remédio e dividiu com ela.
Aí, vocês podem pensar: “Poxa, era só compartilhar, não tinha nada demais. Ela te dava carona”. Ok, ok... concordo... mas logo a seguir (próx. post), vocês vão mudar de opinião.
E lá fui consumir minhas adoradas anfepramonas, e finalmente entrei na calça 44 jeans sem stretch! Uhuuuuu.. 1ª vitória...
Fechei a boca... e.... a calça 42 stretch jogada no fundo do guarda-roupas entrou! Ahhh que felicidade.
E foi nesse momento que começou a ser visível meu tão suado emagrecimento. Suado mesmo, pq sem grana pra nada e tendo que comprar o remédio, deixei de pegar ônibus para voltar do curso de CFC e andava uma hora num calor insuportável do mês de fevereiro daquele ano. Mas, o foda de tudo é que ninguém sabe dos sacrifícios que fiz e só ouvia recriminação.

Bom, na seara Alice encontrou uma mulher que trabalhou com ela em uma escola e fazia trabalho voluntário lá. Opa, amigas!
Com o tempo, surgiu um curso na seara e ela me chamou pra fazer, aceitei, afinal de contas... eu não fazia nada da vida mesmo.
Depois de mais ou menos dois meses de curso, Alice e eu fomos convidadas para trabalhar na casa (trabalho voluntário). Alice aceitou e eu fiquei de pensar.
Resolvi não aceitar, porque deprimida e com tantos problemas como é que eu poderia ‘doar amor’ ao próximo no trabalho espiritual? Só se fosse pra eu morder alguém né?!
Alice começou a trabalhar na seara e logo fez amizade com a turma toda. Foi aí, que o comportamento dela mudou comigo. Ela só falava deles, inclusive do rapaz de voz mansa.
Foi, então, que percebi que, na verdade, EU não me encaixava mais ali. Ela queria sair com a turma, após os trabalhos... mas e eu?
Cara, será que ela não se deu conta que eu estava mais dura q pipi de tarado?? Eu não podia gastar R$50,00 na noite, se eu só tinha R$10,00. Detalhe: eles só saiam pra comer.
Perai, me matei tanto para emagrecer, para gastar com comida de fast food e voltar a ser gorda? Nem pensar!!!
Resumo: desisti de ir as sextas e de ir aos domingos. Deixando-a livre da amiga desempregada.

Sabe, eu não vou mentir aqui não, eu achei uma puta sacanagem dela me largar de lado. Quer dizer que quando ela não tinha amigos e eu vestia 46 igual a ela, eu servia de companhia? Ela não desgrudava? Vivia colada em mim... e agora que tinha novos amigos, eu nao servia mais.

Putz, me magoei mesmo, me revoltei... achei um absurdo o fato dela me encher o saco, falar que eu era anti-social, que eu era chata porque não saia com a turma... e ela não falava isso só para mim, falava para as outras pessoas também. Porra, acorda sua anta, eu não tenho grana para sair com vocês, dá pra entender? Eu não tenho grana pra pagar R$100,00 numa caixinha com 6 bombons, eu não tenho grana pra comer feito louca e depois chorar por estar gorda. (claro que não falei isso pra ela, mas pensei, né?)

Que espécie de amiga era essa? Juro que fiquei sem entender.

Uma coisa Alice jamais pode falar: que pagava as coisas pra mim.
A única vez que ela pagou algo para mim, foi quando eu comprei o livro pro curso. Ficou feliz por saber que eu faria o curso com ela e fomos ao Bobs, onde pagou um milkshake ovomaltine que eu tanto amo (R$6,00). Só isso, mais nada.

E de outubro até janeiro do ano passado não nos vimos mais. Ela mandava e-mail somente para saber como eu estava. E contava as altas curtições com a nova turma. E eu, me encontrava novamente sozinha.

Continua...

2 comentários:

  1. quanto mais conheço os seres humanos, mais amo meus cachorros! ¬¬ continua...ta interesante! =]
    beijinhos kerida, fika bem!

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  2. amiga, to aqui lendo a história toda e já vou adiantando uma coisa: certo que ela se afastou de vc aquela época tb por inveja de vc ter emagrecido... duvido que não!!

    continue a novela ae que to tri interessada!!
    bitocasss

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