Pegue um cafezinho e fique à vontade

"Você acaba de entrar no meu blog, então, pegue uma xícara de café e fique à vontade pra rir das minhas loucuras e até dar palpite sobre elas. Afinal, não sou a dona da razão completa, apenas dona da minha razão absoluta. E tudo o que vier, será pra me ajudar"
"Há dois anos quando comecei o blog, a intenção era de criar um blog de emagrecimento. Com o tempo, descobri que melhor que emagrecer é poder desabafar. Então, continuando como diário e funcionando como psicanalista. A melhor maneira de viver bem é compartilhar seus medos, seus anseios, sua vida. Prefiro postar para desconhecidos e amigos, do que para conhecidos que se dizem amigos e que agem como inimigos";

terça-feira, 7 de julho de 2009

Decifrando amizade - Parte III - Mudando de idéia


Nos meses de novembro e dezembro fiquei enfiada em casa mesmo. Afinal, as minhas amigas já tinham casado e Alice me colocado de escanteio e... não tinha grana.


Aí, vocês me perguntam: “Caramba, mas você não tinha para quem pedir?”.
E eu respondo que tinha sim, tinha e tenho, o meu pai para me ajudar quando preciso. Só não acho justo ele, ainda hoje, trabalhar para que a filha de quase 30 anos nas costas possa gastar o dinheiro enchendo a cara na noitada. Sabe, não sou puritana e tenho milhares de defeitos, só que dinheiro foi feito para ser bem gasto e com tantas outras coisas prioritárias na vida, balada não seria o local onde eu gastaria um dinheiro que não tinha e que não foi conquistado com o meu suor, mas do meu pai que merecia descanso e ainda trabalhava. E se fosse para pedir emprestado, ele não negaria, só acho que eu deveria dar menos despesas e gastar somente com o necessário. Mas enfim... este é o meu ponto de vista. Sei lá.

Voltando...
No mês de novembro tinha uma festa familiar pra ir e queria fazer luzes no cabelo. Acabei fazendo em casa, resultado: luzes mal-feitas que fiquei totalmente loira, mas não me desesperei não. A cagada já tinha sido feita.

No meio do mês de dezembro, recebi um e-mail dela, informando que as aulas do curso voltariam na primeira semana de janeiro, que ela tinha falado com algumas pessoas da Seara e que eu poderia voltar numa boa por que dava para fazer reposição de aulas e também, poderia fazer o resumo das aulas perdidas.
E sendo sincera pra vocês, meu orgulho e minha mágoa ainda me machucavam, mas os problemas em casa e os meus próprios problemas aumentaram depois que me afastei do centro. Após muitas conversas com a minha cunhada, que era a única ‘amiga’ que eu tinha no momento, cheguei a conclusão de que voltaria ao curso.
Voltaria para o curso, sim, mas não por Alice e sim por mim. Aquilo me fazia muita falta. O estudo sobre o evangelho segundo espiritismo, as explicações que recebia, o fato de sair de casa.. tudo isso, me fazia tão bem e... enfim, resolvi deixar com que a minha mágoa pelas escolhas e atitudes dela não me afastassem de ouvir sobre o mestre Jesus.
E voltei ao curso.

Quando voltei, Alice não tinha mais carro, pq houve um acidente com o carro dela e deu perda total. Depois disso, ela passou a ir com o carro do pai, e infelizmente foi roubado numa dessas idas ao centro. Graças a Deus, após uma semana encontraram o carro. Tinham levado muita coisa, mas deixaram o pote com a metade das anfetaminas que tinha divido com ela.
Então, sem carro, passamos a ir de ônibus mesmo. Local perigoso e contramão. Demorávamos pra chegar e pra voltar, mas íamos sempre.
Eu começava a contar moedas para pagar a passagem, mas tranqüila porque nesse momento pude mostrar que meu interesse nunca foi na carona e sim no curso.

Alice, sem carro continuava saindo com a turma, eles deixavam-a as 1 da madruga em um ponto de ônibus e ela ia sozinha pra casa. Detalhe: eles de carro.
Sinceramente, eu achava um absurdo, mas se a companhia deles era tão importante e ponto de se arriscar, quem sou eu para dar opinião, né?
Chegou uma hora que Alice não tinha trabalho, ou seja, desempregada igual a mim, nesse momento, sem dinheiro ela ia a pé até o centro num calor forte de janeiro / fevereiro... o que também achava um exagero, mas entendi que o interesse maior era no rapaz de voz mansa. Ela falava nele com uma empolgação. Embora, jamais tenha admitido que gostasse dele, estava na cara que ela morreria por ele.

Uma noite, fui até o centro e conheci um trabalhador de lá, bem doidinho sabe... o cara nem me conhecia e começou a falar mal de todo mundo da casa... hilário e feio ao mesmo tempo, afinal fazer caridade não condiz em falar mal de quem está ali com o mesmo propósito, mas eu ia fazer o quê se o cara era melindroso? Rs
Ele falou mal de todos, sem exceção. Alice, disse para ele parar, pois ela não aceitava que falassem mal dos seus amigos.
O cara falava que era um bando de encalhados... Eu só ria e me sentia sem graça, mas tenho que concordar que ele tinha razão. Pessoas de 36, 34, 31, 26 solteiras... ENCALHADAS!

Voltei para o curso e foi muito bom, fiz muito bem em voltar. Todos me perguntaram o motivo do meu afastamento, e eu dava uma desculpa aqui outra acolá. E tudo voltou ao que era antes. Cursos aos domingos... e eu (maquiada, emagrecendo e agora loira) estava lá.

Todas as vezes que íamos para o curso, ela me contava das peripécias da turma... e melindrosa ou não... falava das pessoas, suas atitudes e seus defeitos. Eu ouvia e falava uma coisinha ou outra superficialmente, mas ouvia sempre mais do que falava.

Ela começou a perceber que eu estava realmente ‘afinando’, mas eu não abria mais a boca pra falar em remédio. As únicas coisas que falava, era que eu fechava a boca e que não adiantava ela se entupir de coca-cola que não emagreceria nunca.
Uma coisa que ela sempre falava é que ‘gorda não tem vez’, que ‘quem vai olhar para uma gorda’. Eu dizia, ‘olha, não sei se você lembra, mas quando começamos o curso, eu estava com o mesmo manequim que você’, ela negava, falava que ‘imagina, jamais você usou 46’. Como eu não queria discutir, falava: pergunta para minha mãe, sobre as calças que rasgavam nas coxas’.
Eu achava ‘engraçado’, porque ela reclamava que estava gorda, mas só saía pra comer. Comesse algo leve e gastasse o dinheiro com outra coisa, tentasse ficar mais bonita. Era o que eu pensava e o que eu faria, e fiz.

Conforme o tempo passava e nada de emprego... o dinheiro cada vez mais escasso, eu deixava de comprar besteira para comer, deixava de ir ao mc donalds e economizava para uma escova, uma unha, uma tinta de cabelo ou ate para minhas anfepramonas, aliás o motivo da minha economia era para os remédios. Queria emagrecer, voltar a ter auto-estima e voltar ao mercado de trabalho. Mas, cada um pensa conforme quer, né?

Lembram que, no post anterior, eu falei que vocês mudariam de idéia sobre a idiota aqui dar chá em cápsula, chá in natura e anfetamina para ela emagrecer? - Sem contar que arrumei fluoxetina e dei tb, pois ela tinha comentado que a anfetamina não tinha feito muito resultado, enfim, a anta aqui deu o equivalente para um mês de tratamento a ela. Já que ela tinha ido ao médico e perdeu a validade da receita. (nota-se à vontade da pessoa em se ajudar) –
Então, vocês lembram disso?

Ok, vamos lá.

Não lembro bem qual foi o mês, mas eu estava com problemas em casa numa noite de sábado. E isso me transtornava, eu passava muito mal com esses problemas familiares, quase entrando em pânico. Eram problemas que já vinham algum tempo, mas eu passava mal mesmo, sem saber que com os problemas a minha mediunidade aflorava. (detalhes para prox. post)

Noite de sábado
Alice tinha ido ao encontro da turma do colégio. Eu não fui, porque não tinha grana para bancar o restaurante que eles combinaram e as pessoas que iriam não me agradavam muito, por serem até hoje, pessoas esnobes. E não estava a fim de contar para eles que já tinham viajado para muitos países etc e tal, que estavam bem na vida... que eu estava desempregada, fudida e mal paga. Aí, nem fui mesmo e não me arrependo. Pagar caro pra comer, depois cagar e ainda engordar... (Desculpe os termos, mas quero me sentir livre pra falar da forma que eu quiser, sem etiqueta social... preciso vomitar o que ‘ainda’ não falo para esse mundo hipócrita).

Nessa noite, em desespero, liguei para Alice (no meio do jantar mesmo) e perguntei se a mãe dela estava em casa e se eu poderia dormir aquela noite lá. Ela disse que poderia, que era para eu ligar antes para confirmar se a mãe dela estava mesmo, pq ela não sabia ao certo.
Liguei e ninguém me atendeu.
Entrei em pânico total. Então, o irmão dela me ligou para saber o que ‘estava acontecendo’, pois ela tinha ligado para ele a avisado sobre meu estado emocional. Eu disse que não era nada, para ele ficar tranqüilo que qualquer coisa eu retornaria.
Quase uma hora da manhã, ela me liga perguntando se queria dormir na casa dela, pois passaria e me pegava e que o jantar havia terminado. Falei que sim e, então, naquela noite, dormi mais tranqüila na casa dela.

Manhã de domingo
Ela tinha que ir a seara ajudar o menino da voz mansa num evento que teria, e perguntou se eu estava a fim de ir. Como eu fugia de estar na minha casa, resolvi ir.
Enquanto ela tomava banho e eu ficava no quarto, fui me arrumar, pentear os cabelos, etc. Foi quando, eu vi sob a penteadeira: o pote de anfepramona, o pote de cápsula do chá, o pote de outro chá.

Peguei nas mãos e chacoalhei um por um. Tinha remédio dentro, virei os potes e olhei as validades (vencidos!), olhei novamente... eram exatamente os remédios que tinha dividido e que ela disse que não fizeram efeito!!!!!
Não estava doida não, eram os que eu dei. Gente, eu sei o que é meu, eu reparo nas minhas coisas, nos mínimos detalhes do que eu tenho, sou cuidadosa com um alfinete que me dão, eram os mesmos potes. Abri e vi que tinha remédio suficiente para tratamento de quem tomava dia sim dia não para mais de um mês.

Nessa época, as receitas mudaram e eu não tinha mais dinheiro para gastar com isso, reclamei uma vez que não tinha mais remédio e que voltaria a engordar tudo novamente, por não ter mais como comprar. Ela ficou quieta, não falou absolutamente nada.
Porra, senão quer tomar, se sente algum mal-estar, poderia ter devolvido e falado que não queria, que como sabia que eu usaria... achou melhor não deixar vencer e jogar fora. Mas, NÃO! Preferiu deixar vencer.
Estavam colocados, de uma forma, na penteadeira que DUVIDO que lembrava deles. Revoltei-me nessa hora, porque ela reclamava que estava gorda, que nenhum cara queria uma gorda, que gordo não tem vez. E eu, anta dividi com ela, mesmo depois dela me criticar tanto. Me senti sensibilizada porque já estive na mesma situação. Tentei ajudar e em vão. Achei que fiz papel de besta. Respirei fundo e fiquei quieta.

Ela saiu do banheiro, se arrumou e fomos ao trabalho voluntário.

Trabalhei das 11h30 até às 18h30, mas me senti importante em auxiliar o próximo. Terminado o trabalho, começou o curso, após o curso ela me deixou em casa. Agradeci a ajuda da noite anterior, dei um abraço com lágrimas nos olhos (pelo auxílio) e entrei no meu doce lar ‘complicado’.

(e aí? mudaram de idéia?)
Continua...

Um comentário:

  1. Oi Flor, fiquei mega feliz com a sua visita e mais feliz ainda por ter gostado do meu espaço. Bom, vou começar a seguir seu blog e pelo pouco que vi parece ser bem legal. Mtos bjosss, ótima semana e fique com Deus.

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