Pegue um cafezinho e fique à vontade

"Você acaba de entrar no meu blog, então, pegue uma xícara de café e fique à vontade pra rir das minhas loucuras e até dar palpite sobre elas. Afinal, não sou a dona da razão completa, apenas dona da minha razão absoluta. E tudo o que vier, será pra me ajudar"
"Há dois anos quando comecei o blog, a intenção era de criar um blog de emagrecimento. Com o tempo, descobri que melhor que emagrecer é poder desabafar. Então, continuando como diário e funcionando como psicanalista. A melhor maneira de viver bem é compartilhar seus medos, seus anseios, sua vida. Prefiro postar para desconhecidos e amigos, do que para conhecidos que se dizem amigos e que agem como inimigos";

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Decifrando amizade - Parte VI - A Turma



Depois de finalmente sair com a tal amiga de Alice, percebi que eu não tinha perdido nada em não ter aceitado os convites para acompanha-los. Deixo claro que, não tenho nada contra a mulher, muito pelo contrário, ela sempre me tratou muito bem. Apenas, não eram noites agitadas como Alice divulgava.
Alice comentava tanto dessa turma, que eu imaginava pura agitação, mas não era bem o que eu pensava. Enfim, pessoas ótimas, mas que não tinham muito a ver comigo.

Depois desse dia, existiram outras vezes que Alice saiu com Gustavo e essa amiga. E não é que a mulher dormiu novamente... então, não era novidade. Vai ver que era porque a mulher acordava muito cedo, sei lá.
Eu cheguei a perguntar se era sempre assim, de dormir no cinema e tal. Alice disse que depois que eu comentei, que Gustavo comentou e que até o irmão dela tinha comentado, ela começou a prestar atenção na amiga. E disse, que era sempre assim mesmo. Que só depois que comentamos, ela prestou atenção. Segundo disse, Alice falava tanto com o menino de voz mansa que não notava que a amiga dormia e tal. Enfim, estranho né, não reparar que alguém que está em sua companhia e dorme... mas, não vim aqui criticar (pelo menos por enquanto), apenas relatar para que no final dessa história vocês possam dar uma opinião a respeito.

Com relação ao cara de voz mansa por quem Alice se encantara...
Vou resumir... ou pelo menos tentar. –risos-
Alice começou a trabalhar no centro espírita e se aproximou dele. Ela falava toda encantada sobre ele. E pra ser sincera, difícil era a mulherada não se encantar. Muitas mulheres iam até o centro apenas para ouvir o cara de voz mansa falar.
Alice resolveu fazer o curso em dia de domingo, pois o cara de voz mansa estaria lá. E com o tempo, trabalhos e curso, tornaram-se amigos.
Ela fazia tudo o que ele pedia. Chegava cedo, resolvia um monte de coisa pra ele. Saiam juntos em turma. E cada vez mais próximos. Porém, o tiro saiu pela culatra.
O cara de voz mansa adotou Alice como amiga-irmã... e o pior de tudo, chamando-a de ‘filha’.
Mas, continuava ali... ao lado... com sol, frio, chuva, lá estava ela. Até surgiram rumores de que eles estavam se envolvendo, mas não passou disso.
Eu ficava triste por ela... desde 2006 quando nos encontramos não vi Alice ficar com ninguém e nem comentar sobre ter ficado. Ela só falava que ninguém ia querer uma gorda. Mas, nem vou dizer aqui que faltou vontade dela para mudar a situação em que se encontrava – sentimentalmente falando e fisicamente também.
Eu falava pra agarrar ele. Ela falava que eu era louca e que jamais faria isso. Eu dava risada, por que era brincadeira minha, mas... quem sabe.
Eu dizia para ela não trata-lo como amigo, não deixar ele (apenas) a enxergar como amiga, e entender que ali tinha uma mulher. Alice dizia que não sabia como fazer isso. Eu sempre dizia (e digo) que toda mulher sabe como fazer um homem se interessar por ela.
Gente, eu não sou modelo de capa de revista e sempre que quis que um homem se interessasse, eu consegui. Acredito que, se a mulher se empenhar, consegue sim. E não precisa se ‘oferecer’ ao homem, apenas sutilmente demonstrar que há uma mulher com qualidades interessantes a ponto de despertar o interesse dele.
Mas...não tinha como EU ensina-la a ser mulher, e outra, Alice estava com 26 anos, não era nenhuma adolescente.
E enquanto, ficara nessa lenga-lenga com o cara de voz mansa... surgiu Valéria.

Alice contava-me que Valéria era toda ‘delicadinha’ (sente o inha) e que era cheia de atenções com o cara de voz mansa... (ciúme detectado).
Alice fazia um trabalho voluntário aos domingos à tarde em companhia do cara da voz mansa, mas quando Valéria apareceu... conheceu tudo e entrou no ‘grupo’ para também ajudar.

E não demorou muito para Alice se afastar, pois Valéria incomodava. Eu já imaginava que isso poderia acontecer, pois Valéria era mais ‘feminina’ que Alice.

Lembram aquele trabalho que fiz no dia que dormi na casa de Alice? Então, foi nesse trabalho que conheci Valéria. E posso ser sincera, parecia uma boneca. Toda delicada, cabelo cheio de cachinhos, sorriso no rosto, olho pequeno, um corpo normal nada extravagante, mas não gorda, perna, bunda, quadril um pouco largo e nenhuma barriga... e pra ajudar na irritação de Alice, ela era um encanto, uma doçura...daquelas pessoas que te recebem com um sorriso, olhos brilhando e um abraço afetuoso.

O que eu poderia dizer? Ela parecia uma boneca mesmo, não espetacularmente linda, nenhum avião de parar o transito não... Mas, uma mulher com traços delicados, meiga e educada.
Sem querer comparar, porém comparando... (lembrando que todos temos defeitos e qualidades... eu me incluo nessa)... Valéria era assim como descrevi e Alice é do tipo que fala alto, toma iniciativa para tudo (ou quase tudo né), sabe tudo, quer fazer tudo, fala sobre qualquer coisa de maneira que parece que só ela sabe... faz piada de tudo, é irônica, sarcástica, é divertida também, é amiga pra toda hora, uma pessoa independente e que reclama pelo peso (qual mulher não reclama né).

Qual será que o cara de voz mansa vai escolher?
Ah, não precisa ser muito inteligente pra isso né?
Uma coisa eu aprendi na vida, por mais que eu saiba, sempre ficarei de boca fechada e deixarei o homem expor a opinião dele, sem querer ser a ‘sabe-tudo’. Jamais tomarei iniciativa para fazer tudo e jamais tomarei decisão para tudo. Tenho que deixar com que ele se sinta mais inteligente, que ele sabe fazer coisas a ponto de me ensinar (mesmo que eu saiba) e dizer que não sei com cara de ‘me ajuda’. Deixando ele ser importante nesse lado também. Mulher (muito) segura de si, faz com que a figura do homem seja colocada à parte da sua vida. E homem gosta de sentir que é capaz de fazer as coisas para a mulher e pela a mulher que está ao lado dele. Homem gosta de ver a cara de interesse da mulher sobre um assunto que ele comenta. Qual o problema em fazer com que o homem pense que sabe das coisas? Não precisa ser burra, mas deixe-o pensar que te ensinou algo, oras. Vai morrer por isso? Me poupe.
Assumo: Eu quero ser feminina e não feminista.

Continuando...
Valéria, Alice e o cara de voz mansa... domingos à tarde...
Não demorou muito para Alice desistir de ajudar, porém o cara de voz mansa era super dependente de Alice pra tudo (ela fazia tudo pra ele), e toda hora ligava, mandava e-mail, torpedo... sempre pedindo para ela ajudar em algum evento social de auxílio. Ela como uma boa amiga e com o coração esperançoso sempre estava pronta pra ajudar.
Quando Valéria começou a andar com o cara de voz mansa, o ciúme surgiu em Alice. Claro, a outra era mais ‘bonita’ aos olhos da própria Alice, e o pior de tudo, era um encanto de pessoa.
Quero deixar bem claro aqui, que Alice é uma mulher bonita, está acima do peso, mas é bonita sim. Não posso dizer que é feia, porque seria uma inverdade. Olhos claros, pele branca, cabelo liso...

Aos domingos de manhã, tinha o trabalho com as crianças comandado por Valéria e o cara de voz mansa.
Claro que convidaram Alice, que sempre estava presente. Porém, como Alice não tinha mais a companhia integral do cara de voz mansa e não tinha outras pessoas ‘da turma’ neste trabalho... quem ela chamou para acompanha-la? Quem? Quem? Quem?

É né, preciso responder?
Pausa para suspiros...
Eu!

Acordando de segunda a sexta cedo, pegando ônibus lotado, salto alto, pé doendo, transito, chuva, chefe... marmitão... etc e tal... e aos sábados acordando cedo também para o meu tratamento espiritual, eu aceitei acordar cedo também aos domingos.
Bom, já que estudo a doutrina espírita e que diz que ‘fora da caridade não há salvação’, porque não ajudar quem precisa?
E fizesse sol, chuva, frio... (ou que eu chegasse da balada às 5h da manhã... às 7h estava acordada para sair às 8h, chegar em casa 12h e as 17h sair novamente para o meu curso, chegar as 21h cair na cama para mais uma semana de correria) eu acompanhava minha amiga Alice e participava do trabalho com as crianças.
Quantas e quantas vezes as pessoas falavam ‘as baladeiras’, mas éramos as primeiras a chegar para ajudar.
E isso foi durante alguns meses, pois sempre ouvia comentários sobre ser baladeira e chegar com cara de sono (claro, tinha dormido apenas 2 horinhas) que decidi que após as férias de fim de ano, eu não voltaria para o trabalho. Precisava de um tempo pra mim, e não me senti parte da equipe, pois nem os materiais sobre o trabalho me deram.

Alice já andava chateada pelo rapaz de voz mansa não dar tanta atenção pra ela. E também, porque tinha visto o carro de Valéria em frente a casa dele algumas vezes... que decidiu também largar o trabalho de domingo pela manhã.

Então, Alice andava direto comigo, não chamava a amiga dorminhoca e se afastou do rapaz de voz mansa. Saíam sexta à noite pra tomar um café e comer algo, mas beber, dar risada ou qualquer outra coisa, era comigo.

Após as férias, não voltei pro trabalho com as crianças e nem Alice... E começaram a rolar boatos fortes de que o cara de voz mansa e Valéria estavam juntos, mas nada oficial.
Alice sempre soltava farpas quando comentava sobre Valéria. Eu dizia, que SE estivesse rolando algo entre os dois, tinha partido da Valéria, pois o cara de voz mansa era muito mole. (eu sempre disse para Alice atacar né..rs)

Após 05 meses do meu afastamento total do trabalho com crianças, surgiu a noticia: Valéria estava grávida de 04 meses do cara de voz mansa!

(é, minha vidência previa isso)

A amiga dorminhoca.
Com relação à amiga dorminhoca, teve um dia em que eu estava dentro do carro com Alice e ela começou a contar que não tinha mais falado com a tal amiga, pois ela era muito melindrosa. Segundo Alice, a turma combinou de ir ao cinema e ela ligou para essa amiga, só que ela não atendeu. E para Alice, senão atendeu é porque não quer saber e quer confete. (aff, eu não acreditava que ouvia aquilo)... Pois bem, a tal amiga respondeu horas depois algo como “orra, foram ao cinema e nem me chamaram, sacanagem!”. Alice disse que falou que ligou e senão atendeu, não iria insistir (aí se nota qual a importância da companhia da amiga e de como Alice é amiga das pessoas).
E também que Alice foi convidada para uma noite de música e vinho na casa de uma ‘amiga’ que todos temos em comum e não chamou a tal amiga lá. E essa amiga (a dorminhoca), ficou com raiva e nem dava mais atenção pra Alice, que nem mandava mais torpedo. E que ficaram dois finais de semana sem se verem.
Segundo palavras de Alice “Ah, ela não fala mais comigo, deve estar com raiva, é uma melindrosa! Está com raiva? Vai dar o bumbum! Porque eu não vou correr atrás, to cansada!”.
Minha reação: fiquei quieta.

Nesse momento, sentada no carro, imaginei a cena: A mulher dorminhoca no meu lugar e Alice falando a mesma coisa sobre mim.
Sério, foi como um filme, na mesma hora vi a cena.
Então, pensei comigo: "Se ela fala assim da amiga, o que ela deve falar de mim para essa amiga? "

Lembrei das vezes que ela me convidou pra sair com a turma e não fui... Quantas (será) que foram às vezes que ela falou para os outros para eu ir dar o bumbum porque era melindrosa?

E eu fiquei condoída com essa amiga, vou explicar porquê:

Essa amiga tem 36 anos de idade, sofre de obesidade mórbida, vive sozinha com a mãe e é filha adotiva. Tem Alice como uma amigona e sempre arrumava o que fazer nas sextas e sábados à noite.

Minha opinião a respeito: Tudo bem que a mulher é mimada que só quer ir nos locais de seu gosto. Tudo bem que a mulher dorme no cinema e capota na mesa das baladas, porém como Alice sempre aceitou é porque não era tão ruim assim, não é mesmo? Ou estou ficando doida?

Vai saber por qual motivo à mulher não atendeu ao telefone no dia do cinema. Ou porquê será que ela ficou chateada de não a terem convidado para a casa da outra amiga?
Será que ela não estava sozinha em casa? Será que não estava triste e precisava de companhia? Ah, gente... é fácil julgar do que entender.

Nessa mesma semana, essa amiga me mandou recado no orkut, dizendo que eu estava sumida. (estranhei porque não tínhamos intimidade)
Fato: ela deveria estar muito chateada com Alice! Eu ouvi a versão de Alice, mas vai saber o que ela fez para deixar a mulher chateada?
Nessa mesma semana, entrei no orkut dela e tinha um recado de Alice, dizendo que “amigos são como estrelas, que sabemos que existem mesmo quando não podemos vê-los”.
(e a história de mandar dar o bumbum?)
Nessa semana também, essa amiga através de recado, pediu auxilio aos amigos para um evento social, porém não mandou para Alice. E como podemos imaginar, Alice mandou recado dizendo que “Mesmo não tendo sido convidada, estaria presente como sempre” e outras coisas, se colocando na posição de vítima, mas peraí... não foi ela que colocou a tal amiga de escanteio?
E com todas essas histórias, eu me perguntava... sentada no banco do carona:
“O que será que ela fala ‘de’ mim para o cara de voz mansa, a amiga dorminhoca e todas as pessoas que temos em comum?"
Continua...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Decifrando amizade – Parte V – A amiga da amiga



Ahhhh, como eu estava bem! Como eu estava feliz. Tudo conspirava a meu favor.
Trabalho novo, gente nova.... hummmm aquele friozinho na barriga na primeira semana. A mudança do tratamento do meu pai comigo. E a minha mãe então... fazendo comidinhas pra mim.
Os meus pensamentos depressivos sumindo aos poucos...
Auto-estima lá no topo, na crista da onda, como um sol a pino...
Eu estava viva!!!
As pessoas me enxergavam, eu não era uma coisinha qualquer.
Hummm que coisa boa...

Luciano e Gustavo, meus doces encantos e desencantos... saía com um na sexta após o trabalho e com o outro no sábado. No domingo fazia trabalho voluntário de manhã e no final da tarde ia para o curso.
Cabelos hidratados, corte da moda, rejuvenesceram-me alguns anos... deu um ar mais leve... fiquei com carinha de menina... deve ser por isso que o Gustavo com 19 aninhos se encantou – risos.
Perfuminhos, roupinhas bonitinhas, quilinhos a menos... ui, parecia uma libélula... deve ser por isso que o Luciano se encantou... mandou flores e chocolates importados...

E aí? O que vocês acham que aconteceu?
Vocês escolhem o que querem e achem, sei lá, o que é verdadeiro.

Epa... pulei algumas coisas que preciso publicar. Senão, vai ser muita injustiça minha né?

Tudo fluindo na minha vida. Ótimo. Perfeito.

Foi quando comecei a trabalhar e sair de balada com Alice, que ela começou a ver a diferença entre sair comigo e sair com a turma.
Ela começou a falar mal das pessoas para mim: Que a amiga dela era melindrosa, que só queria ir a lugares caros, que só saía com a turma se fosse para onde ela quisesse ir. Que o menino da voz mansa era um ‘mão-de-vaca’, que não abria a mão para nada, que o negócio era comer no mc donalds. Que quando iam ao cinema era sempre filminho mamão com açúcar, que a turma tinha medo de filme de suspense e terror. Que a amiga dela dormia de roncar no cinema. Que sempre iam com o carro dela e nunca ajudavam na gasolina.

PAUSA:
hehehehe a pobre e fudida aqui fazia das tripas – coração pra ajudar no combustível e os amiguinhos dela não ajudavam?... é maldade se eu ficar contente em saber disso? Hehehe até em tom de ‘se fudeu’ eu penso. Sabe porque? Porque a chata era eu... A chata, anti-social era eu. Os amigos que ganhavam bem, sendo que um deles é dono do próprio negocio, não a ajudavam. E a desempregada aqui SEMPRE se sentia mal em não poder ajudar. É né...

Continuando...
Comigo não tinha dessa, quando a gente saía... era pra qualquer lugar, não tinha tempo ruim.
Não precisava ser o mais caro dos barzinhos, o importante era se divertir.
Quando ela ia com a turma ao cinema, sempre saíam após a meia noite para não pagar estacionamento do shopping. E a amiga dela, sempre escolhia um dos shoppings mais caro de São Paulo. Quando eu ia pro cinema com ela, era o shopping legal, com cinema fora, com vários filmes a disposição pra escolher e eu pagava o estacionamento na boa. Nunca quis ir a shopping que não pague estacionamento, pois é uma muvuca e odeio zona.
Cinema, barzinho ou qualquer rolezinho, era muito bom. Teve dias que só saiamos as duas... e estava bom, oras.
Ela chegou a comentar que não chamava a amiga dela porque a mulher não aceitaria os lugares e provavelmente queria voltar cedo pra casa, tipo uma da manhã.
Teve um dia que saíamos, Alice, amiga dela, eu e uma amiga minha. Fomos ao cinema.
Minha amiga e eu, fomos nas lojas americanas e compramos váááárias besteiras pra comer no cinema... oras... lá é mais barato. Quando chegamos na porta do cinema a cara da amiga de Alice era impagável!!! Cara de sono escrito na testa “caramba, vocês demoraram hein”
Eu já tinha avisado a minha amiga para não ligar pra cara da amiga da Alice que era assim mesmo, ela não era má, só era na dela.
Entramos no cinema, filminho passando... minha amiga e eu comentando, rindo... Alice também e a amiga dela roncando...
Depois do cinema, fomos pro boteco... mas, sei lá, povo super desanimado. Minha amiga começou a choramingar sobre o fim do relacionamento dela, Alice aconselhando e amiga dela e eu apenas ouvindo.
Teve uma hora, que não sei o que aconteceu, que escutei uma menina rindo em outra mesa e não entendia o por quê. Depois de um tempo me toquei que ela ria e imitava a amiga de Alice, que estava literalmente pescando um tubarão...
Pensem na situação: barzinho lotado, sexta-feira à noite... telão ligado, som rolando, gente conversando, rindo, comendo, bebendo e a amiga de Alice capotando na mesa com sono.
Ah não, gente! Sem noção! Eu fiquei constrangida em ver a menina da outra mesa rindo dela e imitando o fato da mulher cair pelas tabelas de sono, tombando a cabeça pra frente.
Era apenas meia noite e meia, por aí e a mulher literalmente fechou os olhos na mesa. Ai Jesus, o que era aquilo????!!! Eu queria rir, encher o saco dela, mas fiquei sem graça por todo mundo olhar. E fora que eu não tinha intimidade pra isso. Vai saber o por quê de tanto cansaço...
Enfim, optamos por ir embora...

Minha amiga foi pra casa dela e eu voltei de carona com as outras duas.
Deixamos a amiga de Alice em casa, coitada tava podre de cansada mesmo. (mas estragou a balada né?)
Claro que não!
Foi só a mulher entrar em casa, que Alice falou: E ai, vamos pra onde?!
Rimos da situação e fomos pra balada. Oras, 1h30 da madrugada e voltar pra casa? Nem pensar.
Ligamos pro meu garotão – pau pra toda obra – “e aí, aonde vamos nos encontrar?”. Ele que já estava numa balada saiu e foi nos encontrar e às 3hs da madruga, estávamos num posto BR bebendo, conversando, rindo e claro, Gustavo e eu matando a saudade!

Afff que pegada máster. Nada como a juventude...rs


Conclusão: prefiro ser anti-social a prestar-me a isso. E assim, conheci a amiga da turma que Alice sempre saía. E que ela tanto falava.

Continua...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Decifrando amizade - Parte IV - Vida agitada



O tempo foi passando e minha querida amiga conseguiu comprar um carro. (com o dinheiro da avó, que ela disse que pagava todo mês, mas que esses dias a mãe dela sem querer me contou que pegou o dinheiro da irmã e pagou todo)
Ela estava toda feliz, foi com o carro até a minha casa para me mostrar e tal. Até damos uma voltinha no bairro para eu ‘sentir’.
Poxa, claro que eu fiquei feliz por ela. É claro que sim, gente. Eu não tinha raiva dela, só não concordava com algumas coisas, mas isso não quer dizer que desejava mal.
Enfim, agora ela tinha carro para dar os roles com a turma.
E advinha para quê eu servia?


Bom, eu servia de companhia de ir e voltar do curso, para ela comentar o que fazia com a turma e também, eu servia para ajudar a fazer compras no supermercado.
Isso mesmo.
Um dia ela falou pra mim: vamos comigo no supermercado? Eu não quero ir sozinha com a minha mãe. Ela só reclama, estou cansada disso”.
Nem preciso dizer que eu fui né... pois é... digo: eu fui.
E na maioria das vezes, eu estava junto, empurrando carrinho, esperando fila do caixa, colocando compra dentro de carro. Levando pra casa, tirando do carro etc etc.
Esses eram os locais que íamos, supermercado, vinte e cinco de março, pet shop...
Eu ia sim, mas para fazer companhia, para ela não ir sozinha e isso nunca me incomodou. Sempre fui de coração aberto. E quantas e quantas vezes ia com ela levar a mãe ao trabalho.
Ela ganhou alguns ingressos para ir a um parque e me levou, mas eu paguei o estacionamento para não ficar às custas dela.

Ano passado consegui emprego! Uhuuuu, que maravilha.
Nossa, podem imaginar como eu fiquei feliz com a nova colocação no mercado de trabalho, não é?
Fiquei mesmo. Graças a Deus e a ajuda de uma ‘estranha’ consegui colocação. Depois de 2 anos e 2 meses sem trabalhar, consegui voltar a profissão. E detalhe: eu tinha passado em dois processos seletivos e pude escolher em qual empresa trabalhar.


Graças a Deus, nessa altura do campeonato contra a balança, eu já tinha emagrecido bem. Não tinha chegado ao manequim 38 como queria, mas estava entre o 40 e 42. Estava muito bom pra quem estava rumo ao manequim 48. Muitas roupas já entravam.
Foi quando comecei a trabalhar, que dei conta de que as roupas que eu tinha, e que depois de muito sacrifício entraram, estavam totalmente fora de moda e me deixavam com aparência de velha.
Então, peguei o restante de dinheiro que tinha no banco e comprei roupa, celular e sapato. Não muita coisa, mas dava para montar looks diferentes com as mesmas peças. (A vida e o aperto financeiro ensina a gente a se virar).
Pintei o cabelo... enfim, foi o começo da mudança total.

Emprego novo, outras preocupações, tempo preenchido com utilidade... e deixei de encanar com as coisas de antes.
Trabalhando, eu não tinha como comer o tempo todo e nem dormir à tarde... então, o emagrecimento veio naturalmente.
Após, um mês de emprego, fiz escova progressiva. E uma semana depois, cortei curtinho o cabelo, um corte super fashion.
A cara que ela fez quando viu. “Nossa ficou linda!”, “Ai também quero”... Nem preciso dizer que dei a progressiva para ela, não é? Pois é... dei.

Nos três primeiros meses, não deu para fazer muita coisa, pois eu tinha muitas pendências. Imaginem quantas coisas em dois anos deixei de fazer por falta de dinheiro. Então, aos poucos coloquei a ‘casa’ em ordem.

Depois que comecei a trabalhar, notei a diferença do tratamento comigo... tanto em casa, quanto com Alice.
Em casa, parecia que eu tinha virado ‘gente’ da noite pro dia. E com Alice... Bem, ela questionava, doida pra saber como era o emprego, como eram as coisas.... e toda animada para o meu lado.
Alice começou a me chamar para sair. E como eu estava cansada com a nova rotina e não tinha saco para agüentar as piadas dela e a chatice dos amigos, sempre dizia que não dava.

Como estava trabalhando, comecei a conhecer outras pessoas. Oras, minha profissão é lidar com o publico, e não demorou muito para eu começar a ser notada.
Começaram os xavecos... e assim, conheci Luciano. (aquele das flores que eu contei algum tempo)... em seguida teve a festa à fantasia onde conheci Gustavo (que também já relatei aqui no blog).
Na festa à fantasia, fui com ela, dançamos, nos divertimos e tal.
Pronto, daí por diante, ela deixou a turma de lado, comentando que eles eram desanimados, chatos e que só queriam fazer o que tinham vontade e ela, resignada, sempre aceitava... então, começou a me chamar pra sair.

E começamos a sair todo fim de semana, sem falhar um. Menstruação e cólica de matar não me faziam ficar em casa não!
Eu simplesmente não parava um dia em casa, e todos os dias, absolutamente todos... eu acordava cedo. Com balada ou não.
De segunda a sexta-feira para o trabalho, sábado para o meu tratamento e domingo para o trabalho voluntário.
Nem que eu chegasse em casa as cinco da manhã, às sete horas estava de pé pra sair novamente, seja para o tratamento, seja para o trabalho voluntário.

Eu já não sabia o que era dormir até tarde e não tinha mais tempo para nada. Minha vida mudou da água pro vinho.
Balada, bebidas, gatos, beijo na boca, amasso, dança, torpedos, telefone tocando, e-mails, orkut, msn, trabalho, flores, chocolates, trabalho, cinema, shopping, roupa, sapato, maquiagem, cabeleireiro, diretor, palestras, Deus, amor, auxílio, emoção, xaveco, fé, beijo na boca, madrugada, chuva, sol, frio, rua, transito, carro, ônibus lotado, pé com bolhas, cansaço, preguiça, balada, amigos, remédios, dietas, colegas, desejo, emprego, dinheiro, gastar, unha, cabelo, depilação, comprar, ter e SER. Essa passou a ser a minha vida.

Minha casa só servia para tomar banho e dormir, pois não tinha como parar em casa. era muita agitação.

E foi, então, que Alice conheceu como eu era sem a depressão, com emprego e com dinheiro para poder me bancar. Saindo direto, com ou sem ela. Ficando com dois caras ao mesmo tempo e tendo outros atrás seja por telefone, e-mail, msn, torpedo, orkut... enfim...
Não que eu era a gostosa não, mas é que eu tinha saído de casa e deixado o mundo me notar e ver que eu estava VIVA!

Então, no auge novamente... e feliz!

E logo os comentários, sarcasmos, piadinhas, alfinetadas, ironias surgiram...



Continua...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Decifrando amizade - Parte III - Mudando de idéia


Nos meses de novembro e dezembro fiquei enfiada em casa mesmo. Afinal, as minhas amigas já tinham casado e Alice me colocado de escanteio e... não tinha grana.


Aí, vocês me perguntam: “Caramba, mas você não tinha para quem pedir?”.
E eu respondo que tinha sim, tinha e tenho, o meu pai para me ajudar quando preciso. Só não acho justo ele, ainda hoje, trabalhar para que a filha de quase 30 anos nas costas possa gastar o dinheiro enchendo a cara na noitada. Sabe, não sou puritana e tenho milhares de defeitos, só que dinheiro foi feito para ser bem gasto e com tantas outras coisas prioritárias na vida, balada não seria o local onde eu gastaria um dinheiro que não tinha e que não foi conquistado com o meu suor, mas do meu pai que merecia descanso e ainda trabalhava. E se fosse para pedir emprestado, ele não negaria, só acho que eu deveria dar menos despesas e gastar somente com o necessário. Mas enfim... este é o meu ponto de vista. Sei lá.

Voltando...
No mês de novembro tinha uma festa familiar pra ir e queria fazer luzes no cabelo. Acabei fazendo em casa, resultado: luzes mal-feitas que fiquei totalmente loira, mas não me desesperei não. A cagada já tinha sido feita.

No meio do mês de dezembro, recebi um e-mail dela, informando que as aulas do curso voltariam na primeira semana de janeiro, que ela tinha falado com algumas pessoas da Seara e que eu poderia voltar numa boa por que dava para fazer reposição de aulas e também, poderia fazer o resumo das aulas perdidas.
E sendo sincera pra vocês, meu orgulho e minha mágoa ainda me machucavam, mas os problemas em casa e os meus próprios problemas aumentaram depois que me afastei do centro. Após muitas conversas com a minha cunhada, que era a única ‘amiga’ que eu tinha no momento, cheguei a conclusão de que voltaria ao curso.
Voltaria para o curso, sim, mas não por Alice e sim por mim. Aquilo me fazia muita falta. O estudo sobre o evangelho segundo espiritismo, as explicações que recebia, o fato de sair de casa.. tudo isso, me fazia tão bem e... enfim, resolvi deixar com que a minha mágoa pelas escolhas e atitudes dela não me afastassem de ouvir sobre o mestre Jesus.
E voltei ao curso.

Quando voltei, Alice não tinha mais carro, pq houve um acidente com o carro dela e deu perda total. Depois disso, ela passou a ir com o carro do pai, e infelizmente foi roubado numa dessas idas ao centro. Graças a Deus, após uma semana encontraram o carro. Tinham levado muita coisa, mas deixaram o pote com a metade das anfetaminas que tinha divido com ela.
Então, sem carro, passamos a ir de ônibus mesmo. Local perigoso e contramão. Demorávamos pra chegar e pra voltar, mas íamos sempre.
Eu começava a contar moedas para pagar a passagem, mas tranqüila porque nesse momento pude mostrar que meu interesse nunca foi na carona e sim no curso.

Alice, sem carro continuava saindo com a turma, eles deixavam-a as 1 da madruga em um ponto de ônibus e ela ia sozinha pra casa. Detalhe: eles de carro.
Sinceramente, eu achava um absurdo, mas se a companhia deles era tão importante e ponto de se arriscar, quem sou eu para dar opinião, né?
Chegou uma hora que Alice não tinha trabalho, ou seja, desempregada igual a mim, nesse momento, sem dinheiro ela ia a pé até o centro num calor forte de janeiro / fevereiro... o que também achava um exagero, mas entendi que o interesse maior era no rapaz de voz mansa. Ela falava nele com uma empolgação. Embora, jamais tenha admitido que gostasse dele, estava na cara que ela morreria por ele.

Uma noite, fui até o centro e conheci um trabalhador de lá, bem doidinho sabe... o cara nem me conhecia e começou a falar mal de todo mundo da casa... hilário e feio ao mesmo tempo, afinal fazer caridade não condiz em falar mal de quem está ali com o mesmo propósito, mas eu ia fazer o quê se o cara era melindroso? Rs
Ele falou mal de todos, sem exceção. Alice, disse para ele parar, pois ela não aceitava que falassem mal dos seus amigos.
O cara falava que era um bando de encalhados... Eu só ria e me sentia sem graça, mas tenho que concordar que ele tinha razão. Pessoas de 36, 34, 31, 26 solteiras... ENCALHADAS!

Voltei para o curso e foi muito bom, fiz muito bem em voltar. Todos me perguntaram o motivo do meu afastamento, e eu dava uma desculpa aqui outra acolá. E tudo voltou ao que era antes. Cursos aos domingos... e eu (maquiada, emagrecendo e agora loira) estava lá.

Todas as vezes que íamos para o curso, ela me contava das peripécias da turma... e melindrosa ou não... falava das pessoas, suas atitudes e seus defeitos. Eu ouvia e falava uma coisinha ou outra superficialmente, mas ouvia sempre mais do que falava.

Ela começou a perceber que eu estava realmente ‘afinando’, mas eu não abria mais a boca pra falar em remédio. As únicas coisas que falava, era que eu fechava a boca e que não adiantava ela se entupir de coca-cola que não emagreceria nunca.
Uma coisa que ela sempre falava é que ‘gorda não tem vez’, que ‘quem vai olhar para uma gorda’. Eu dizia, ‘olha, não sei se você lembra, mas quando começamos o curso, eu estava com o mesmo manequim que você’, ela negava, falava que ‘imagina, jamais você usou 46’. Como eu não queria discutir, falava: pergunta para minha mãe, sobre as calças que rasgavam nas coxas’.
Eu achava ‘engraçado’, porque ela reclamava que estava gorda, mas só saía pra comer. Comesse algo leve e gastasse o dinheiro com outra coisa, tentasse ficar mais bonita. Era o que eu pensava e o que eu faria, e fiz.

Conforme o tempo passava e nada de emprego... o dinheiro cada vez mais escasso, eu deixava de comprar besteira para comer, deixava de ir ao mc donalds e economizava para uma escova, uma unha, uma tinta de cabelo ou ate para minhas anfepramonas, aliás o motivo da minha economia era para os remédios. Queria emagrecer, voltar a ter auto-estima e voltar ao mercado de trabalho. Mas, cada um pensa conforme quer, né?

Lembram que, no post anterior, eu falei que vocês mudariam de idéia sobre a idiota aqui dar chá em cápsula, chá in natura e anfetamina para ela emagrecer? - Sem contar que arrumei fluoxetina e dei tb, pois ela tinha comentado que a anfetamina não tinha feito muito resultado, enfim, a anta aqui deu o equivalente para um mês de tratamento a ela. Já que ela tinha ido ao médico e perdeu a validade da receita. (nota-se à vontade da pessoa em se ajudar) –
Então, vocês lembram disso?

Ok, vamos lá.

Não lembro bem qual foi o mês, mas eu estava com problemas em casa numa noite de sábado. E isso me transtornava, eu passava muito mal com esses problemas familiares, quase entrando em pânico. Eram problemas que já vinham algum tempo, mas eu passava mal mesmo, sem saber que com os problemas a minha mediunidade aflorava. (detalhes para prox. post)

Noite de sábado
Alice tinha ido ao encontro da turma do colégio. Eu não fui, porque não tinha grana para bancar o restaurante que eles combinaram e as pessoas que iriam não me agradavam muito, por serem até hoje, pessoas esnobes. E não estava a fim de contar para eles que já tinham viajado para muitos países etc e tal, que estavam bem na vida... que eu estava desempregada, fudida e mal paga. Aí, nem fui mesmo e não me arrependo. Pagar caro pra comer, depois cagar e ainda engordar... (Desculpe os termos, mas quero me sentir livre pra falar da forma que eu quiser, sem etiqueta social... preciso vomitar o que ‘ainda’ não falo para esse mundo hipócrita).

Nessa noite, em desespero, liguei para Alice (no meio do jantar mesmo) e perguntei se a mãe dela estava em casa e se eu poderia dormir aquela noite lá. Ela disse que poderia, que era para eu ligar antes para confirmar se a mãe dela estava mesmo, pq ela não sabia ao certo.
Liguei e ninguém me atendeu.
Entrei em pânico total. Então, o irmão dela me ligou para saber o que ‘estava acontecendo’, pois ela tinha ligado para ele a avisado sobre meu estado emocional. Eu disse que não era nada, para ele ficar tranqüilo que qualquer coisa eu retornaria.
Quase uma hora da manhã, ela me liga perguntando se queria dormir na casa dela, pois passaria e me pegava e que o jantar havia terminado. Falei que sim e, então, naquela noite, dormi mais tranqüila na casa dela.

Manhã de domingo
Ela tinha que ir a seara ajudar o menino da voz mansa num evento que teria, e perguntou se eu estava a fim de ir. Como eu fugia de estar na minha casa, resolvi ir.
Enquanto ela tomava banho e eu ficava no quarto, fui me arrumar, pentear os cabelos, etc. Foi quando, eu vi sob a penteadeira: o pote de anfepramona, o pote de cápsula do chá, o pote de outro chá.

Peguei nas mãos e chacoalhei um por um. Tinha remédio dentro, virei os potes e olhei as validades (vencidos!), olhei novamente... eram exatamente os remédios que tinha dividido e que ela disse que não fizeram efeito!!!!!
Não estava doida não, eram os que eu dei. Gente, eu sei o que é meu, eu reparo nas minhas coisas, nos mínimos detalhes do que eu tenho, sou cuidadosa com um alfinete que me dão, eram os mesmos potes. Abri e vi que tinha remédio suficiente para tratamento de quem tomava dia sim dia não para mais de um mês.

Nessa época, as receitas mudaram e eu não tinha mais dinheiro para gastar com isso, reclamei uma vez que não tinha mais remédio e que voltaria a engordar tudo novamente, por não ter mais como comprar. Ela ficou quieta, não falou absolutamente nada.
Porra, senão quer tomar, se sente algum mal-estar, poderia ter devolvido e falado que não queria, que como sabia que eu usaria... achou melhor não deixar vencer e jogar fora. Mas, NÃO! Preferiu deixar vencer.
Estavam colocados, de uma forma, na penteadeira que DUVIDO que lembrava deles. Revoltei-me nessa hora, porque ela reclamava que estava gorda, que nenhum cara queria uma gorda, que gordo não tem vez. E eu, anta dividi com ela, mesmo depois dela me criticar tanto. Me senti sensibilizada porque já estive na mesma situação. Tentei ajudar e em vão. Achei que fiz papel de besta. Respirei fundo e fiquei quieta.

Ela saiu do banheiro, se arrumou e fomos ao trabalho voluntário.

Trabalhei das 11h30 até às 18h30, mas me senti importante em auxiliar o próximo. Terminado o trabalho, começou o curso, após o curso ela me deixou em casa. Agradeci a ajuda da noite anterior, dei um abraço com lágrimas nos olhos (pelo auxílio) e entrei no meu doce lar ‘complicado’.

(e aí? mudaram de idéia?)
Continua...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Decifrando amizade - Parte II - A primeira decepção




Consegui o dualid, consegui a fluoxetina e tomava... fechei a boca, tomava os chás, mas pelo amor de Deus, é claro que eu comia né. Não era tão besta de deixar de comer, desmaiar e parar num pronto socorro e tomar soro na veia... não adiantaria nada.
E com isso, muito esforço e noites chorando com a barriga gritando de fome, porque eu reduzi as besteiras e a comida louca durante a noite. Com todo esse esforço, consegui emagrecer um pouco. A luta não era fácil, mas eu persistia.

Depois do episódio em que ela disse que contaria tudo para a minha mãe, desisti de falar com ela sobre o assunto, nem falei que tinha conseguido Dualid, nem nada. Conversava sobre eliminação de peso somente com as meninas da net, do orkut, blogs, enfim... apoio de outras pessoas não existia.
As calças que ela me deu, finalmente entraram, embora apertadas, era algum sucesso. E não desanimei.
Continuamos a ir a seara (centro espírita) e ela se encantou com um rapaz que trabalhava lá. Vivia elogiando o jeito dele e de como ele falava sobre o evangelho. Eu achei bonitinho e tal, mas não fez com que meus olhos brilhassem de amores.
Comecei a perceber o interesse dela no tal rapaz de voz mansa e incrivelmente educado. Mas, não falei nada, só concordava que ele era uma pessoa agradável.
Fazíamos o seguinte percurso, casa – seara – casa. Conversávamos dentro do carro, ela nunca queria entrar na minha casa, dizia que se sentia mais à vontade pra falar dentro do carro e tinha vergonha dos meus pais. Eu aceitava numa boa.

E com o tempo e a carência, comecei a abrir meus sentimentos pra ela. Contei muita coisa da minha patética vida depressiva.
Muitas vezes, saíamos da seara e íamos ao supermercado fazer compras para a mãe dela. Como eu estava de carona não poderia dizer ‘eu não quero’.

Às vezes, eu sentia vergonha por não poder ajudar no álcool do carro. Algumas vezes dei dinheiro suficiente para ela ir trabalhar todos os dias de carro, porque o carro consumia pouco e álcool estava mais barato.
Eu não tinha como dar dinheiro toda hora, ajuntava moedas para poder comprar o Dualid e os chás.
Só para dar uma idéia, sem querer parecer coitadinha, mesmo porque essa não é uma característica minha e vou abrir um fato aqui: A moda, na época, era os bordados nas camisetas, como eu não podia comprar camisetas da moda, propus a minha mãe e minha cunhada para mudarmos as roupas. Com as moedas, fui até o bazar, comprei o que precisava e fui tentar customizar as peças. Cortei as mangas, coloquei elástico deixando acinturada e bordava coração, estrela, lua... enfim, tentava melhorar as minhas ‘super’ camisetas GG, por que tinha emagrecido um pouco e não tinha como renovar o guarda roupas. E eram com essas camisetas que eu ia pro seara.

Alice, falava que eu era toda perua, dá pra acreditar? Perua falida só se for, e ainda por cima depressiva. Ela falava isso, por que eu sempre ia maquiada. Pensem em uma pessoa há dois anos sem tomar sol, enfiada num quarto, sem cortar o cabelo... a bruxa amarela né? Sim, era eu. E eu sei que existe ‘saúde em pó’, nosso amado blush. Pois bem... bush, lápis e brilho labial eram os únicos itens de maquiagem que tinha e os usava.
Com o tempo, percebi que ela começou a se maquiar também. Oras, então, ao menos servi de bom exemplo.

Bom, depois de alguns meses consegui o que queria, a anfepramona. Sei que Dualid é cloridrato de anfepramona, mas só serviu para enganar meu cérebro e empacar meu intestino. Realmente, o que tinha me ajudado a perder alguns dos muitos quilos, foi fechar a boca e chorar. Foda-se se eu tinha que chorar por isso, o problema era meu, eu que tinha que tomar vergonha na cara e fechar a boca mesmo. Milagres? Só nascendo novamente. Só eu posso emagrecer por mim, ninguém mais.

Mas, voltando...
Consegui a anfepramona e a anta aqui de tão feliz, abriu a boca pra Alice. Resultado: depois dela me xingar de anorexica, falar que estava louca com essa fixação por emagrecer e literalmente me forçar a deletar o blog, me pediu metade do pote... e a anta aqui pagou pela receita (juntando moedas), pagou pelo remédio e dividiu com ela.
Aí, vocês podem pensar: “Poxa, era só compartilhar, não tinha nada demais. Ela te dava carona”. Ok, ok... concordo... mas logo a seguir (próx. post), vocês vão mudar de opinião.
E lá fui consumir minhas adoradas anfepramonas, e finalmente entrei na calça 44 jeans sem stretch! Uhuuuuu.. 1ª vitória...
Fechei a boca... e.... a calça 42 stretch jogada no fundo do guarda-roupas entrou! Ahhh que felicidade.
E foi nesse momento que começou a ser visível meu tão suado emagrecimento. Suado mesmo, pq sem grana pra nada e tendo que comprar o remédio, deixei de pegar ônibus para voltar do curso de CFC e andava uma hora num calor insuportável do mês de fevereiro daquele ano. Mas, o foda de tudo é que ninguém sabe dos sacrifícios que fiz e só ouvia recriminação.

Bom, na seara Alice encontrou uma mulher que trabalhou com ela em uma escola e fazia trabalho voluntário lá. Opa, amigas!
Com o tempo, surgiu um curso na seara e ela me chamou pra fazer, aceitei, afinal de contas... eu não fazia nada da vida mesmo.
Depois de mais ou menos dois meses de curso, Alice e eu fomos convidadas para trabalhar na casa (trabalho voluntário). Alice aceitou e eu fiquei de pensar.
Resolvi não aceitar, porque deprimida e com tantos problemas como é que eu poderia ‘doar amor’ ao próximo no trabalho espiritual? Só se fosse pra eu morder alguém né?!
Alice começou a trabalhar na seara e logo fez amizade com a turma toda. Foi aí, que o comportamento dela mudou comigo. Ela só falava deles, inclusive do rapaz de voz mansa.
Foi, então, que percebi que, na verdade, EU não me encaixava mais ali. Ela queria sair com a turma, após os trabalhos... mas e eu?
Cara, será que ela não se deu conta que eu estava mais dura q pipi de tarado?? Eu não podia gastar R$50,00 na noite, se eu só tinha R$10,00. Detalhe: eles só saiam pra comer.
Perai, me matei tanto para emagrecer, para gastar com comida de fast food e voltar a ser gorda? Nem pensar!!!
Resumo: desisti de ir as sextas e de ir aos domingos. Deixando-a livre da amiga desempregada.

Sabe, eu não vou mentir aqui não, eu achei uma puta sacanagem dela me largar de lado. Quer dizer que quando ela não tinha amigos e eu vestia 46 igual a ela, eu servia de companhia? Ela não desgrudava? Vivia colada em mim... e agora que tinha novos amigos, eu nao servia mais.

Putz, me magoei mesmo, me revoltei... achei um absurdo o fato dela me encher o saco, falar que eu era anti-social, que eu era chata porque não saia com a turma... e ela não falava isso só para mim, falava para as outras pessoas também. Porra, acorda sua anta, eu não tenho grana para sair com vocês, dá pra entender? Eu não tenho grana pra pagar R$100,00 numa caixinha com 6 bombons, eu não tenho grana pra comer feito louca e depois chorar por estar gorda. (claro que não falei isso pra ela, mas pensei, né?)

Que espécie de amiga era essa? Juro que fiquei sem entender.

Uma coisa Alice jamais pode falar: que pagava as coisas pra mim.
A única vez que ela pagou algo para mim, foi quando eu comprei o livro pro curso. Ficou feliz por saber que eu faria o curso com ela e fomos ao Bobs, onde pagou um milkshake ovomaltine que eu tanto amo (R$6,00). Só isso, mais nada.

E de outubro até janeiro do ano passado não nos vimos mais. Ela mandava e-mail somente para saber como eu estava. E contava as altas curtições com a nova turma. E eu, me encontrava novamente sozinha.

Continua...